sexta-feira, 31 de julho de 2009

love songs

Como quem vai ao último show, calou-se a melodia. Não havia mais trilhas ou 'love songs', nem mesmo aquela que insistia em tocar quando se tocavam sussurrou ou rangiu, e parecia estar assim durante horas. Apagou a luz e fechou os olhos em luto por ter perdido algo valioso. Calaram-se as horas. Não havia relógios de bolso, cronômetros ou algum alarme velho que a despertasse. Aquilo ali era só dela, somente dela e aí ninguém ousava colocar a mão no fogo.. Havia fogo! Dentro de si repensava ainda o que a fazia queimar por dentro. Havia muito fogo. Ainda que cala-se a melodia e as horas, ainda que em luto ficasse.. As pessoas não desistem dos sentimentos, eles é que se cansam das pessoas. Elas permanecem mudas e escondidas.

Ela sorriu. Deu um beijo em silêncio no seu copo e voltou a escutar a música. Olhou no relógio e já era tarde, as horas e as semanas passaram voando, mas ela parara no tempo. Vez ou outra sentia o incômodo da falta. Lembrou de tanta coisa... Como estúpida levava a vida várias vezes, mas não sentiu dor ou angústia, levou o decorrer das lembranças numa boa. Devia estar bêbada.

Gargalhou. Que tonta! Esteve por tantas vezes escondida dentro de si. Se conteve para não chamar tanta atenção. Teve a ligeira impressão de algo lhe subir a espinha e morrer em seus cabelos e foi ao banheiro deixar para trás o que estava deixando-a inquieta, o xixi. Já ia saindo, mas voltou a se olhar no espelho. A música acelerou. Estava incrivelmente desconcertada... e mesmo assim linda. Amou aquele momento e amou mais ainda estar estagnada, pois isso a fez crescer (mais uma vez). O telefone tocou! O sorriso quase que não lhe cabia a boca e ela soltou um 'sim' sem pensar sequer nenhuma vez. Foi embora sem ligar, carregada pelo seu copo e seu corpo. E sair com outros telefones não deixava de ser aquilo que eles eram, números. Ela que nunca fora boa em Matemática fechou a porta do carro e dormiu com a melhor das companhias: A dela.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Liberdade

Viajo bem longe, quase que não sobra lugar para tanto vai e vem... Queria poder estar em todos os lugares ao mesmo tempo, como um desses ventos que sopram por entre todos os cantos do mundo. Ás vezes me falta espaço. Queria poder abraçar o mundo com um dos braços e deixar o outro livre se caso eu precisasse de uma mãozinha. Liberdade. Seja ela pra mim ou para o que me sufoca. Preciso de ar, respirar ta doendo porque isso não desintala de jeito nenhum. Quero sair desse corpo para dar férias para minha alma, só assim ela ficaria livre para fazer o que lhe desse na telha. Sumir por uns tempos, conhecer outras pessoas, se apaixonar por outros carinhas.. e só depois voltar para mim. Para o calor dos meus braços e a prisão do meu corpo. Vai descansar meu amor! Escolha alguém que lhe de créditos ao invés de contas, que lhe abraçe, que te espere dormir e que te cubra a noite. Escolha alguém que te ame. Não que eu não a ame, não é isso. Alguém que te ame a ponto de te deixar livre, mas que depois corra atrás de você com desespero pois não aguenta te ver longe. Que grite seu nome toda vez que você esta perto, que olhe no fundo dos seus olhos e também no fundo de sua alma. Alguém que tenha tanto ódio quanto você, que seria capaz de odiar tudo o que te faz mal e só assim amar, por rejeitar tanto... Mas não eu minha alma. Não mereço você. Pois só penso na liberdade do que tanto me aprisiona, e você é uma de minhas grades, pois em mim há tanta alma que chega doer. Liberdade para quando lhe faltar argumentos. Ficar calada pode ser a melhor das soluções. Como nesses filmes completos, com atores e trilha sonora perfeitos, falar pode ser agressivo. Como expressar algo inexplicável ? Cala-te. Mais uma vez palmas para o meu egoísmo. Demito minha alma e mando todo mundo calar a boca. Acho que o que anda sobrando em mim não é liberdade mas falta de vergonha na cara.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Imagina só

querendo aprender alemão.Quero confundir minha cabeça. Quero pensar em alemão, pra poder só fazer isso, e depois esqueço o alemão. Só assim eu esquecerei o que eu tava pensando.
Tô comendo doce. Eu acho que comendo doce vou conseguir escrever algo do tipo, mas o que ta 'melando' é querer fazer isso. Querer ser doce enquanto o Foda-se me inspira. Merda. Que delícia falar bem alto! Gritar pra todo mundo em tom de elogio. Que nada. Tudo culpa da sua mania idiota de querer competir os copos de destilados. Pobre corpo. Meu corpo padece em mãos tão desajuizadas... Deslizando sobre os banheiros públicos, bares, copos. Corpos. Viva a noite a lá México!! Me rendeu três dias de dores de cabeça. Três dias, porque as noites a mim não pertencem. A noite eu tô fora de área. Quero que a cabeça, a dor e o juízo fiquem bem longe e me deixa com minha tequila, minha merda e meu foda-se que eu tô no lucro.

Acabaram as minhas balas. Minha vontade também... vou esquecer o alemão. Melhor pensar em português mesmo, porque se for para confundir mais a minha pessoa não sobrará nada. Seria só eu. Aliás, um eu bem chato. Um dia, pudera eu, me fazer gigante do tamanho de todas as loucuras. Seria como uma droga, dessas que dá vontade.. Ou então eu seria como uma dessas músicas em que se escuta a primeira vez e dá vontade de repeti-la, e repetindo acaba virando tema de casamento, nascimento ou a morte de alguém. Tô melhor que orgasmo. Boa idéia. Eu seria como esses orgasmos que dão fim a uma noite maravilhosa.. Melhor não! Tô fora dessa coisa de fim. Prefiro mesmo é começar algo, como o primeiro copo de cerveja de uma amizade ou o primeiro 'eu te amo' de alguém. Muito novelinha das oito. Harebaba. Harebêbada. Tanto faz...

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Meu sentimento não tira férias

Julho ta aí. Para quem achou que tava demorando muito, já passamos da metade do ano. E que ano! Se eu pudesse suspirar com prazer através das palavras, eu faria. Mas soltar um ‘aaah.. ’ não soaria nem muito longe parecido com as emoções que vem a tona a minha memória (que ando perdendo por vias alcoólicas). E que vias alcoólicas! Novamente queria grunir de prazer. O êxtase de quem sou enquanto me jogo de cabeça por entre as ruelas da vida faz soar um risinho um tanto irônico e sarcástico dentro de mim. Minhas ligações com meus risos internos são quase que inevitáveis, basta soltar um comentário aqui ou ali para que os risos atormentem meu estômago até transbordar em minha face. É duro ter de segurar um sorriso de canto de boca, enquanto por dentro eu gargalho. Mas difícil do que segurar meu riso, talvez seja segurar meus sentimentos. Utilizo o talvez porque a incerteza é minha amiga fiel. Tô com dor de barriga de não por pra fora, e quando ponho me parece um vômito forçado, algo antes da hora. Uma bulimia de palavras para ser sincera. Acontece que meu sentimento não tira férias. E como tudo o que vive assim ele não descansa, me cobra hora extra, faz de mim sua moradia, é muita sacanagem.. Infinidade de vidas, almas e escolhe a mim, alguém que sente dor na barriga quando não ri com os dentes de fora.


É muita provocação para pouca carne. E dói sabia, calar um sentimento que nasceu para ficar livre é cortar da borboleta suas asas, ou pior, não ensiná-la a voar. As asas ficarão duras com o tempo, sem-graças, empoeiradas. Que chato seria ter de andar todo o sempre, gostoso é sentir o vento do perigo só um pouquinho... Cortando a pele, com a dor de amar, AMAR, mostrar os dentes e arreganhar a boca e gritar até deixar surda uma humanidade inteira. Calar um sentimento é segurar o choro. O soluço surge para amenizar a angústia, mas a dor ta lá e permanece abafada com os gritos estridentes dos soluços melancólicos. Chorando a água que arranha a pele e descasca o mármore, e dói até não doer mais. Tô afim de por o dedo na cara, rodar a baiana, quem sabe Dezembro não sente a minha falta e volta para os meus braços? Aaa Dezembro!... Que delícia falar isso baixinho, em tom de saudade. Aaaa.. Vontade de ter sempre um ‘Dezembro’ por perto. Me trás calor, me da vida e vontade de ter sempre mais. Hum! Com você é assim. Meu verdadeiro amor é o Sol! Depois de você eu não preciso de ninguém Dezembro, meus sorrisos são leves como tua brisa no fim de tarde, minhas gargalhadas soltas, ponho os dentes para fora quando me convém. Que delícia é te amar. Meu estômago faz cócegas que logo transparecem em minha boca, nossa dieta de palavras é uma delícia. Quero me virar do avesso e ir para longe com você. Que o Sol nos encante e as praias desertas nos refresquem. Tô apaixonada... Dezembro, casa comigo?