quarta-feira, 15 de julho de 2009

Meu sentimento não tira férias

Julho ta aí. Para quem achou que tava demorando muito, já passamos da metade do ano. E que ano! Se eu pudesse suspirar com prazer através das palavras, eu faria. Mas soltar um ‘aaah.. ’ não soaria nem muito longe parecido com as emoções que vem a tona a minha memória (que ando perdendo por vias alcoólicas). E que vias alcoólicas! Novamente queria grunir de prazer. O êxtase de quem sou enquanto me jogo de cabeça por entre as ruelas da vida faz soar um risinho um tanto irônico e sarcástico dentro de mim. Minhas ligações com meus risos internos são quase que inevitáveis, basta soltar um comentário aqui ou ali para que os risos atormentem meu estômago até transbordar em minha face. É duro ter de segurar um sorriso de canto de boca, enquanto por dentro eu gargalho. Mas difícil do que segurar meu riso, talvez seja segurar meus sentimentos. Utilizo o talvez porque a incerteza é minha amiga fiel. Tô com dor de barriga de não por pra fora, e quando ponho me parece um vômito forçado, algo antes da hora. Uma bulimia de palavras para ser sincera. Acontece que meu sentimento não tira férias. E como tudo o que vive assim ele não descansa, me cobra hora extra, faz de mim sua moradia, é muita sacanagem.. Infinidade de vidas, almas e escolhe a mim, alguém que sente dor na barriga quando não ri com os dentes de fora.


É muita provocação para pouca carne. E dói sabia, calar um sentimento que nasceu para ficar livre é cortar da borboleta suas asas, ou pior, não ensiná-la a voar. As asas ficarão duras com o tempo, sem-graças, empoeiradas. Que chato seria ter de andar todo o sempre, gostoso é sentir o vento do perigo só um pouquinho... Cortando a pele, com a dor de amar, AMAR, mostrar os dentes e arreganhar a boca e gritar até deixar surda uma humanidade inteira. Calar um sentimento é segurar o choro. O soluço surge para amenizar a angústia, mas a dor ta lá e permanece abafada com os gritos estridentes dos soluços melancólicos. Chorando a água que arranha a pele e descasca o mármore, e dói até não doer mais. Tô afim de por o dedo na cara, rodar a baiana, quem sabe Dezembro não sente a minha falta e volta para os meus braços? Aaa Dezembro!... Que delícia falar isso baixinho, em tom de saudade. Aaaa.. Vontade de ter sempre um ‘Dezembro’ por perto. Me trás calor, me da vida e vontade de ter sempre mais. Hum! Com você é assim. Meu verdadeiro amor é o Sol! Depois de você eu não preciso de ninguém Dezembro, meus sorrisos são leves como tua brisa no fim de tarde, minhas gargalhadas soltas, ponho os dentes para fora quando me convém. Que delícia é te amar. Meu estômago faz cócegas que logo transparecem em minha boca, nossa dieta de palavras é uma delícia. Quero me virar do avesso e ir para longe com você. Que o Sol nos encante e as praias desertas nos refresquem. Tô apaixonada... Dezembro, casa comigo?

Um comentário:

  1. " meus sorrisos são leves com tua brisa no fim da tarde,minhas gargalhadas soltas..."
    Amiiga sua cara essa parte, maravilhoso o texto!
    beijos

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